Data: 10-11-2021
Mês: Novembro
Ano: 2021

De acordo com o Banco de Portugal, as estatísticas apuradas com base na informação da IES confirmam que, em 2020, o volume de negócios das empresas caiu 9,7%.

Esta diminuição, transversal à maioria das empresas, foi mais acentuada nos sectores mais afetados pela pandemia de COVID-19, nomeadamente no alojamento e restauração (-42,5%), nas atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas (-35,5%) e nos transportes e armazenagem (-24,2%). Ainda assim, em alguns sectores, o volume de vendas e serviços prestados aumentou, nomeadamente na construção (3,0%) e nas atividades de informação e comunicação (4,4%).

A redução de atividade afetou os resultados das empresas que, medidos antes de amortizações, depreciações, juros e impostos (EBITDA) decresceram 18,9% face a 2019.

41

 

Em 2020, a rendibilidade do ativo (rácio entre o EBITDA e o total do ativo) caiu para 5,9% (7,6% em 2019) e a rendibilidade dos capitais próprios (rácio entre o resultado líquido e o capital próprio) desceu para 3,8%, metade do valor de 2019. Ou seja, por cada 100 euros investidos pelos acionistas, foram gerados 3,8 euros de resultado líquido (7,4 euros em 2019).

A queda da rendibilidade foi mais acentuada nas empresas dos sectores dos transportes e armazenagem e do alojamento e restauração, que registaram rendibilidades próximas de -20%.

Em 2020, 44,5% das empresas apresentaram resultados líquidos negativos (36,9% em 2019). O aumento da percentagem de empresas em potencial situação de risco foi mais expressivo no sector do alojamento e restauração (neste sector, a percentagem de empresas com resultados líquidos negativos passou de 45,7% em 2019 para 67,3% em 2020).

Para além disso, 38% das empresas apresentaram um EBITDA negativo (31,1% em 2019) e, para 18,7% das empresas, o EBITDA gerado não foi suficiente para cobrir os gastos de financiamento (14,1% em 2019).

A percentagem de empresas com capital próprio negativo (empresas cujo valor do passivo superou o valor do ativo) teve um ligeiro aumento: passou de 25,5% em 2019 para 26,4% em 2020.

Apesar da redução de atividade ter sido generalizada aos vários sectores de atividade, a situação económica das empresas não foi afetada da mesma forma: no seu conjunto as empresas continuaram a reforçar os capitais próprios e a autonomia financeira (medida pelo peso do capital próprio no balanço) aumentou para 38,1% em 2020 (36,5% em 2019). A exceção foram as empresas dos sectores de transportes e armazenagem e de alojamento e restauração, cuja autonomia financeira caiu de 23,3% para 18,6% e de 32,7% para 30,2%, respetivamente.

42

 

Documento PDF  

  • BTEP N° 01 2024
    BTEP N° 01 2024 Autor(es): GEE/GPEARI

    22/04/24

    9.ª Edição do Boletim Trimestral da Economia Portuguesa, numa parceria entre o GEE e o GPEARI, com análise sobre os principais desenvolvimentos da economia portuguesa, reflexão sobre possíveis causas e implicações, bem como principais políticas...

  • Em Análise – Evolução do setor imobiliário nas regiões de Lisboa e do Porto entre 2011 e 2023: identificação de períodos de exuberância dos preços
    Em Análise – Evolução do setor imobiliário nas regiões de Lisboa e do Porto entre 2011 e 2023: identificação de períodos de exuberância dos preços Autor(es): Nuno Tavares e Gonçalo Novo

    21/03/24

    Dada a influência do mercado imobiliário no desempenho económico dos países, o acompanhamento das dinâmicas de preços no setor torna-se fundamental. Neste domínio, a distinção entre períodos normais de crescimento e fases de exuberância poderá...

  • Em Análise - Open Strategic Autonomy and the Green Transition
    Em Análise - Open Strategic Autonomy and the Green Transition Autor(es): Inês Póvoa, Gabriel Osório de Barros

    02/02/24

    This document discusses how Open Strategic Autonomy (OSA) and the green transition are related. On the one hand, OSA refers to the balance between the capacity of acting autonomously and openness in strategically important policy areas, which...

  • Sínteses Estatísticas Setoriais
    Sínteses Estatísticas Setoriais Autor(es): GEE/DSE

    28/12/23

    Publicação anual bilingue com os principais indicadores da estrutura e variação do sector empresarial português, por sector de atividade económica (CAE Rev. 3), forma jurídica ou desagregação geográfica (NUTS II), e respetivo enquadramento no...

Novidades