As empresas seguradoras têm que constituir provisões técnicas com vista a assegurar que responsabilidades futuras perante os seus clientes e terceiros são cobertas. Estas provisões baseiam-se em estimativas não só incorporando dados passados, mas incluindo igualmente as expectativas de evolução da economia e da própria empresa. É assim expectável que o grau de otimismo dos diretores financeiros das empresas (Chief Financial Officers, CFOs) e as expectativas que criam estejam associadas às provisões que calculam e registam. Analisando as consequências da racionalidade limitada dos agentes económicos, das suas preferências sociais e na ausência de autocontrolo, Richard Thaler mostrou como estes traços humanos afetam sistematicamente as decisões individuais e os resultados, o que lhe conferiu a atribuição do prémio Nobel da Economia de 2017. O presente artigo encontra uma relação negativa entre o otimismo dos CFOs, e a constituição de provisões no mercado segurador em Portugal, no período compreendido entre 2007 e 2016. Estes resultados que têm impacto no ambiente concorrencial deverão interessar os reguladores, os acionistas e os profissionais do sector.

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