Segundo o Banco de Portugal, no 1º trimestre de 2020, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em -696 milhões de euros, o que compara com -365 milhões de euros em igual período de 2019.
Este saldo resulta dos défices das balanças de bens e de rendimento primário que apenas foram parcialmente compensados pelos excedentes das balanças de serviços, de rendimento secundário e de capital.
O défice da balança de bens aumentou 86 milhões de euros face ao período homólogo e o excedente da balança de serviços reduziu 375 milhões de euros. Desta redução 233 milhões de euros resultaram da rubrica viagens e turismo, em consequência da evolução negativa registada no mês de março. Neste mês registou-se uma redução do saldo de 351 milhões de euros, em resultado de um decréscimo de 42,9% nos créditos e de 41,5% nos débitos relativamente ao período homólogo.
Até março, as exportações de bens e serviços decresceram 3,9% (2,5% nos bens e de 7,0% nos serviços) e as importações diminuíram 1,7% (1,5% nos bens e de 2,8% nos serviços).
O défice da balança de rendimento primário aumentou 142 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para -573 milhões de euros. Esta subida foi, em grande medida, justificada pelo acréscimo dos rendimentos de investimento pagos a entidades não residentes. Por seu turno, o excedente da balança de rendimento secundário aumentou 189 milhões de euros, em resultado do acréscimo das transferências recebidas do exterior e da redução da contribuição financeira paga por Portugal por comparação ao período homólogo.
(Gráficos: Banco de Portugal)
Até março, o saldo da balança financeira registou uma diminuição dos activos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 1208 milhões de euros. Este decréscimo deveu-se sobretudo ao aumento de passivos, com o investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa. Em sentido contrário, verificou-se uma redução de passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema e um aumento de activos do sector financeiro sobre entidades não residentes, com um acréscimo de depósitos no exterior.
(Gráfico: Banco de Portugal)
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