Segundo o INE, em 2021, as exportações de bens aumentaram 18,3% em termos nominais relativamente a 2020 e 6,2% relativamente a 2019, atingindo 63 619 milhões de euros. As importações totalizaram 83 146 milhões de euros, aumentando 22,0% face a 2020 e 4,0% em relação a 2019.
O défice da balança comercial atingiu 19 527 milhões de euros, crescendo 5 139 milhões de euros face ao ano anterior e diminuindo 547 milhões de euros em relação a 2019.
Excluindo Combustíveis e lubrificantes, as exportações e importações de bens aumentaram 16,9% e 18,6%, respetivamente (-8,9% e -12,3%, pela mesma ordem, em 2020), correspondendo a um agravamento do défice em 2 883 milhões de euros. Face a 2019, as variações foram +6,5% nas exportações e +4,0% nas importações, verificando-se uma diminuição do défice de 816 milhões de euros.
Os três principais clientes e fornecedores externos de bens a Portugal continuaram a ser Espanha, França e Alemanha. As transações com Espanha continuaram a registar o maior défice comercial, enquanto o maior excedente se manteve com a França.
Em 2021, as Máquinas e aparelhos foram o principal grupo de produtos exportado e importado, ultrapassando os Veículos e outro material de transporte nas exportações.
Em 2021, assistiu-se a uma recuperação da atividade económica com especial impacto nas transações internacionais, ultrapassando os valores mais elevados de sempre das estatísticas do comércio internacional de bens que tinham sido observados em 2019. É importante referir que se acentuou, sobretudo na segunda metade de 2021 e no caso das matérias-primas e produtos energéticos, o contributo da variação de preços para as variações nominais das exportações e importações, determinando uma evolução desfavorável dos termos de troca para os países importadores líquidos daquele tipo de mercadorias. É neste grupo que se integra Portugal, que registou em 2021 uma variação de preços das importações de +8,9%, 1,1 pontos percentuais acima da variação dos preços das exportações.
Em 2021, as exportações e importações de Material de transporte aumentaram 8,6% e 3,7%, respetivamente, em relação ao ano anterior. Esta categoria manteve-se como a 3.ª principal categoria exportada, mas nas importações desceu uma posição para 5.ª principal categoria importada. Os Automóveis para transporte de passageiros representaram, em 2021, 31,7% das exportações e 33,6% das importações de Material de transporte, sendo o principal produto transacionado. A pandemia COVID-19 gerou interrupções nas cadeias de fornecimento de componentes para a produção de automóveis que, apesar do aumento das exportações de Automóveis para transporte de passageiros em 2021 (+10,3% face a 2020), não permitiram recuperar os valores pré-pandemia (-17,9% face a 2019).
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