O índice de difusão (calculado com base num inquérito aos cinco principais bancos portugueses) traduz a restritividade do mercado de crédito português: para valores acima de zero significa um aumento da restritividade das concessões de crédito por parte dos bancos, para valores abaixo de zero uma diminuição.
Oferta:
• Critérios de concessão de crédito: inalterados no crédito a empresas, apesar de uma ligeira deterioração nos empréstimos de longo prazo, e no crédito à habitação; no crédito ao consumo e outros fins ligeiramente mais restritivos.
– Fatores: a perceção dos riscos, principalmente dos associados à situação e perspetivas económicas gerais, contribuiu no sentido de tornar os critérios de concessão mais restritivos no crédito a empresas e a particulares.
• Termos e condições do crédito: nos empréstimos a empresas houve uma diminuição das maturidades, sobretudo nas PME; nos particulares não houve alterações significativas a registar.
– Fatores: nos empréstimos a empresas, a perceção dos riscos associados à situação e perspetivas económicas gerais e, em menor grau, de setores de atividade ou empresas específicas contribuíram no sentido de tornar os termos e condições mais restritivos.
• Proporção de pedidos de empréstimo rejeitados: sem alterações no crédito a empresas e no crédito à habitação e um ligeiro aumento no crédito ao consumo e outros fins.
• Expetativas: critérios de concessão inalterados no crédito a empresas, apesar de uma ligeira deterioração nos empréstimos de longo prazo; para os particulares, critérios ligeiramente menos restritivos na habitação e ligeiramente mais restritivos no consumo e outros fins.
Procura:
• Procura de empréstimos por parte de empresas: diminuição transversal às diferentes dimensões das empresas e maturidades, em especial nos empréstimos às grandes empresas e de longo prazo.
– Fatores: o nível geral das taxas de juro e as menores necessidades de financiamento do investimento contribuíram fortemente para a diminuição da procura de empréstimos por empresas; no mesmo sentido, mas em menor grau, contribuíram a diminuição das necessidades de financiamento para fusões/aquisições e restruturação empresarial e uma melhoria na geração interna de fundos, especialmente no caso de grandes empresas. Em sentido inverso, no caso das PME, as necessidades de refinanciamento e renegociação da dívida contribuíram ligeiramente para um aumento da procura.
• Procura de empréstimos por parte de particulares: ligeira diminuição da procura de crédito ao consumo e outros fins e para aquisição de habitação.
– Fatores: a diminuição da confiança dos consumidores contribuiu para reduzir a procura de crédito ao consumo e outros fins e, em menor grau, do crédito à habitação. O nível geral das taxas de juro também contribuiu ligeiramente para esta redução nos dois segmentos.
• Expetativas: ligeira diminuição da procura de empréstimos por parte das empresas, mais acentuada nos empréstimos de longo prazo, e por parte de particulares para habitação e para consumo e outros fins.
(Gráficos: Banco de Portugal)
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