Os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, divulgado hoje pelo INE, que incluem dados da componente anual e do módulo sobre “Mercado de trabalho e habitação” realizado em 2023 (a repetir a cada 3 anos), permite a análise do risco de pobreza e da desigualdade de rendimento contextualizada pela relação dos indivíduos com 18 e mais anos de idade – que constituem a população de referência nesta análise – com o mercado de trabalho e com a escolaridade.
Considerando que o limiar de pobreza correspondeu, em 2022, a 7 095 euros, 17,0% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2022. A taxa de risco de pobreza para a população desempregada ascendeu a 46,7%, que compara com 10,0% da população empregada. A taxa de risco de pobreza foi de 15,4% para a população reformada e de 31,2% para as restantes pessoas inativas.
O risco de pobreza para a população desempregada aumentou em relação a 2021 (mais 3,3 pontos percentuais, p.p.), retomando a ordem de valores de 2020 (46,5%). Pelo contrário, a taxa de risco de pobreza para a população empregada diminuiu relativamente a 2021, confirmando o sentido decrescente observado no ano anterior (menos 0,9 p.p. em 2021 e menos 0,3 p.p. em 2022). A pobreza relativa da população na condição de inatividade aumentou entre 2021 e 2022: mais 0,5 p.p. entre as pessoas reformadas e mais 3,4 p.p. para outras situações de inatividade.
(Gráfico: INE)
É também na população desempregada que a intensidade da pobreza e a desigualdade na distribuição do rendimento são mais elevadas. Entre a população empregada, os dados revelam que a pobreza é menor para os indivíduos empregados no sector público e para os indivíduos muito satisfeitos com o emprego.
Os dados agora divulgados revelam uma relação positiva entre a escolaridade e a redução da pobreza: enquanto 22,6% da população que tinha concluído, no máximo, o ensino básico era pobre, o risco de pobreza foi de apenas 13,5% entre a população que tinha terminado o ensino secundário ou pós-secundário e 5,8% entre a que tinha concluído o ensino superior. Em relação ao ano anterior, destaca-se o aumento da taxa de pobreza das pessoas que concluíram, no máximo, o ensino básico.
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