Data: 25-05-2016
Mês: Maio
Ano: 2016
O Banco de Portugal divulgou hoje o Relatório de Estabilidade Financeira, no qual avalia os riscos emergentes nos mercados e sistema financeiro portugueses: identifica possíveis choques adversos, afere a probabilidade de estes choques ocorrerem e avalia as suas consequências para a estabilidade do sistema financeiro.
 
O Banco de Portugal refere que a natureza dos riscos para a estabilidade financeira não se alterou desde a divulgação do último Relatório de Estabilidade Financeira, em novembro de 2015. O elevado endividamento dos sectores público e privado, a baixa rendibilidade do sistema financeiro e a concentração do seu ativo em determinados setores, classes de ativos e geografias continuam a colocar desafios à estabilidade financeira. Estes desafios foram, no entanto, acentuados pelas perspetivas de manutenção de taxas de juro baixas ou mesmo negativas e pelo aumento da volatilidade dos mercados, que, embora global, foi mais forte para os emitentes portugueses.
 
Num quadro de baixa rendibilidade, reduzidas taxas de juro e elevados níveis de crédito em risco, o Banco de Portugal refere que é crucial que sejam reforçados os incentivos para a redução do stock de crédito em risco e de outros ativos não geradores de rendimento no balanço dos bancos e que o risco de crédito continue a ser adequadamente avaliado e incorporado nas taxas de juro praticadas por estas instituições.
 
No ano de 2015, a dívida total das sociedades não financeiras ascendia a 110,5% do PIB, menos 5,1 p.p. que no ano anterior. Ainda no mesmo período, a capacidade líquida de financiamento das sociedades não financeiras fixou-se em 0,6% do PIB (valor positivo desde 2013), depois do mínimo de -10,5% em 2008. O investimento em ativos reais, em percentagem do PIB, registou em 2015 uma diminuição de 0,2 p.p. para 10,1%, face ao ano de 2014.
 
No que se refere aos particulares, a dívida financeira fixou-se em 81,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o que compara com 85,6% em 2014. Registe-se ainda que o nível de poupança corrente dos particulares, em percentagem do rendimento disponível, diminuiu em 2015 para 4,2% (5,7% em 2014).

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(Tabela: Banco de Portugal)

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