De acordo com os resultados do inquérito realizado aos cinco grupos bancários portugueses incluídos na amostra, os critérios de concessão de empréstimos ao sector privado não financeiro tornaram-se mais restritivos no 3º trimestre de 2011. As causas apontadas foram essencialmente o aumento do respectivo custo de capital e restrições de balanço, bem como uma percepção menos favorável dos riscos. O aumento da exigência dos critérios de concessão de empréstimos ter-se-á traduzido num aumento dos spreads aplicados e, em menor grau, na aplicação de outras condições contratuais mais restritivas.
Durante o período em análise, ter-se-á registado uma diminuição da procura de empréstimos por parte de empresas não financeiras. A diminuição das necessidades de financiamento de investimento e de fusões/aquisições e reestruturação empresarial terão sido os principais factores subjacentes à redução da procura. Por outro lado, foi reportado um aumento das necessidades de financiamento das empresas associadas à restruturação da dívida. Para o segmento dos empréstimos a particulares foi também reportada uma diminuição da procura dirigida aos grupos bancários integrados na amostra, essencialmente no que respeita ao crédito à habitação. Esta evolução terá surgido associada a uma diminuição das necessidades de financiamento dos particulares e, em menor grau, ao maior recurso a fontes de financiamento alternativas.
Para o último trimestre de 2011, os bancos prevêem a aplicação de critérios mais exigentes na concessão de empréstimos ao sector privado não financeiro, de forma particularmente marcada no que respeita aos empréstimos a longo prazo a empresas. Para o mesmo período, perspectiva-se uma relativa estabilidade da procura de empréstimos por parte de sociedades não financeiras, que contrasta com a expectativa de uma diminuição considerável da procura de empréstimos por parte de particulares, quer para aquisição de habitação, quer para consumo e outros fins.
A generalidade das instituições inquiridas reportou ainda, em resultado da situação nos mercados financeiros, uma deterioração das condições de acesso aos mercados de financiamento por grosso durante o 3º trimestre de 2011. Para o último trimestre do ano, a generalidade dos bancos incluídos na amostra não antecipa alterações significativas a esta situação.
(Fonte: Banco de Portugal)