Data: 19-11-2018
Mês: Novembro
Ano: 2018

Foi hoje divulgado o Science, Technology and Industry Outlook 2018 da OCDE. Esta edição analisa as oportunidades e desafios relacionados com o acesso a dados, os impactos da inteligência artificial na ciência e na indústria e a influência da digitalização na investigação e na inovação.

 
Segundo as conclusões do Outlook, os principais desafios das políticas de ciência e inovação são a qualidade dos dados, a interoperabilidade, o financiamento, a regulamentação, as competências digitais, o acesso aos dados, com a ordem de importância expressa no gráfico seguinte:
 

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 (Gráfico: OCDE)

 

Segundo a OCDE, o acesso aberto a dados resultantes da investigação financiada com fundos públicos, permite a utilização desses dados por mais investigadores, viabiliza a replicação de resultados científicos noutros contextos, promove a inovação por parte das empresas, permitindo uma aceleração da inovação de produto ou serviços, sendo, a base para inovações suportadas em Inteligência Artificial. O relatório discute, ainda, as lacunas das atuais medidas políticas, e o papel dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na remodelação das políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI), bem como a necessidade de serem criadas abordagens mais flexíveis e ágeis para a definição dessas políticas e para uma melhor governança da tecnologia. O gráfico seguinte representa a percentagem de políticas direccionadas para os desafios societais e tecnológicos. Segundo o relatório, embora essas mudanças disruptivas desafiem os decisores políticos, a revolução digital, por si só, também faz emergir soluções para orientação, implementação e monitorização das políticas CTI.

 

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 (Gráfico: OCDE)

 

No âmbito do conjunto dos países da OCDE, uma percentagem elevada (26,7%) de projectos financiados são direccionados para a investigação pública. Ainda assim, segundo a OCDE, há que criar políticas que promovam a investigação e conduzam a um aumento do número de doutorados, sendo que em Portugal a percentagem de doutorados é muito inferior à maior parte dos restantes países (somos o 8º com a percentagem menor). A Suíça é o país que apresenta uma maior percentagem total de doutorados, sendo ainda de relevar o caso da Eslovénia, em que a percentagem de mulheres doutoradas é superior à percentagem de homens doutorados. Uma das justificações, presentes neste relatório, para a reduzida percentagem de doutorados é a precariedade das carreiras académicas que reduz a atratividade da investigação para novos investigadores.

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 (Gráfico: OCDE)

 

No que respeita à percentagem de mulheres investigadoras, Portugal apresenta um bom desempenho, encontrando-se no leque de países com uma maior percentagem em todos os setores analisados, atingindo quase 60% no setor governamental, quase 50% no Ensino Superior e mais de 30% no setor empresarial.

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 (Gráfico: OCDE)

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