A Comissão Europeia publica hoje a sua análise anual da situação económico-social nos Estados-Membros, incluindo uma avaliação dos desequilíbrios remanescentes. Esta avaliação dos progressos dos Estados-Membros faz parte do ciclo anual de coordenação das políticas económicas a nível da UE e é conhecida por Winter Package do Semestre Europeu.
Dos 27 Estados-Membros analisados este ano, 11 registavam desequilíbrios ou desequilíbrios excessivos. Os resultados dessas análises estão incluídos nos Relatórios para cada um dos países. O resumo das análises em profundidade é o seguinte:
- A Croácia, Chipre e Itália estão a registar desequilíbrios económicos excessivos;
- A Bulgária, França, Alemanha, Irlanda, Holanda, Portugal, Espanha e Suécia estão a registar desequilíbrios económicos.
Os 11 Estados-Membros que enfrentam desequilíbrios ou desequilíbrios excessivos continuarão sujeitos a um acompanhamento específico adaptado ao grau e à natureza dos seus desequilíbrios. Esta acção centrar-se-á nas suas respostas políticas através de um diálogo com as autoridades nacionais, através de missões de peritos e através de relatórios intercalares.
Assim, a Comissão Europeia divulga hoje o Country Report de Portugal no âmbito do Semestre Europeu, que mantém as previsões económicas de Inverno divulgadas no passado dia 7 de fevereiro para o crescimento do PIB e para a inflação, e mantém as previsões económicas de Outono divulgadas no passado dia 9 de novembro para os restantes indicadores, considerando que o país deixou de estar classificado como tendo desequilíbrios macroeconómicos excessivos (passando a considerar que tem apenas desequilíbrios macroeconómicos) e alerta para os seguintes aspectos:
- A dívida privada continua elevada e a pesar negativamente no investimento e crescimento, no entanto o ritmo de desalavancagem é elevado. Os elevados níveis de crédito em risco prejudicam a estabilidade dos bancos e a sua capacidade para conceder novos créditos;
- A dívida pública é elevada, existindo um risco de sustentabilidade a médio-prazo (face à vulnerabilidade provocada por mudanças nas condições económicas e pelo aumento de taxas de juro);
- No que respeita ao ajustamento externo, apesar das melhorias verificadas no saldo da balança corrente, a Posição de Investimento Internacional Líquida é ainda muito elevada;
- O lento crescimento da produtividade (abaixo da média da UE) tem vindo a limitar a capacidade para diminuir a diferença face ao rendimento médio da UE;
- Relativamente ao mercado de trabalho, a Comissão refere que as condições melhoraram, com a taxa de desemprego a convergir para a média da UE, mas o desemprego jovem e o desemprego de longa duração ainda têm um peso elevado no desemprego. Outras fragilidades que ainda persistem são a segmentação do mercado de trabalho e as fracas qualificações.
(Tabelas: Comissão Europeia)
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