No relatório World Development Report com o tema The Changing Nature of Work, divulgado ontem, o World Bank analisa as alterações no mercado de trabalho resultantes dos recentes avanços tecnológicos. O mercado de trabalho é fortemente influenciado pelos avanços tecnológicos e as empresas procuram adaptar-se a novas formas de produção e gestão. Segundo o relatório, de uma forma geral, os avanços tecnológicos possibilitam novas oportunidades para as empresas, contribuindo diretamente para a criação de novos empregos e modelos de negócio, ao mesmo tempo que criam novos desafios de aprendizagem para os trabalhadores, não existindo evidência suficiente que sustente o medo de que os robots irão substituir os humanos no mercado de trabalho.
O relatório analisa um conjunto muito vasto de alterações a este respeito, produzindo algumas recomendações de política sugerindo medidas de forma a capitalizar os avanços tecnológicos. Nesse sentido, segundo o World Bank, uma das principais prioridades é o investimento em Capital Humano de forma a garantir que os futuros trabalhadores têm as capacidades exigidas pelo mercado de trabalho. Por outro lado, os governos devem aumentar a proteção social dos trabalhadores, alargando-a a todos os trabalhadores, ao mesmo tempo que prosseguem uma política fiscal justa e socialmente inclusiva. Por fim, os governos devem criar os mecanismos fiscais necessários para o financiamento público ao desenvolvimento do capital humano e da proteção social.
Neste contexto, os valores estimados pelo World Bank para o Índice de Capital humano, relativos a 2018 (que procura medir até que ponto os países garantem condições para manter os níveis de produtividade nas futuras gerações), colocam Portugal na 16ª posição entre 157 países (o 9ª da União Europeia e o 7º da Zona Euro). O índice varia entre 0 e 1 e é medido em termos da produtividade da próxima geração de trabalhadores em relação ao valor de referência de educação e saúde plenas (uma economia em que o trabalhador médio atinge um nível de educação e saúde plena, regista um valor próximo de 1).
No decorrer do relatório é ainda referido que Portugal é um dos países onde a percentagem de emprego industrial mais desceu (aproximadamente 10% desde 1991). É ainda referido que, no conjunto dos 157 países considerados, Portugal é dos poucos países que atribui licenças de maternidade/paternidade para ambos os sexos, sendo os retornos à experiencia do trabalho semelhantes entre dois sexos.
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