Data: 08-05-2020
Mês: Maio
Ano: 2020

A evolução do tráfego de voz e dados de comunicações eletrónicas sofreu alterações significativas devido à COVID-19 e às medidas excepcionais e temporárias associadas a esta doença.

Na semana de 9 a 15 de março, na sequência da declaração de pandemia e das primeiras medidas tomadas pelo governo e pelas entidades públicas e privadas, o tráfego de dados aumentou 24% face à semana anterior, enquanto que o tráfego de voz aumentou 21%.

Na semana de 16 a 22 de março entrou em vigor o estado de emergência e o tráfego voltou a crescer face à semana anterior, tendo aumentado 16% no caso dos dados e 32% no que respeita à voz. Foi nesta semana que se registou o volume mais elevado de tráfego de voz (59% acima do valor registado na semana de 2 a 8 de março).

Estima-se que, em termos médios, o estado de emergência tenha tido um impacto de 49%/semana no tráfego de dados. O pico de tráfego de dados foi registado na semana de 13 a 19 de abril.

No caso do tráfego de voz, o impacto inicial do estado de emergência foi de 41%2. Nas semanas seguintes, o tráfego de voz iniciou uma trajetória descendente, encontrando-se ainda cerca de 20% acima do tráfego do período pré-COVID19.

 

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(Gráfico: ANACOM)

 

As medidas excecionais e temporárias adotadas para fazer face à COVID19, resultaram também em alterações dos padrões de consumo.

No caso do tráfego de voz, contabilizou-se um significativo crescimento do tráfego de voz fixa (61% na semana de 16 a 22 de março face à semana de 2 a 8 de março), que contrasta com a redução verificada em anos anteriores, e um crescimento também significativo, embora mais moderado, da voz móvel (42% no mesmo período).

Apesar do aumento do peso relativo da voz fixa em todo o período em vigorou o estado de emergência, a voz móvel continuou a ser cerca de sete vezes superior à voz fixa.

 

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(Gráfico: ANACOM)

 

Quanto ao tráfego de dados, são os dados fixos que têm contribuído para o crescimento verificado. Estima-se que, em média, o tráfego de dados fixos tenha aumentado 59% em resultado do estado de emergência, enquanto no caso dos dados móveis este impacto tenha sido de 9%.

O tráfego de dados fixo tem sido mais de 20 vezes superior ao tráfego de dados móveis, quando, no período anterior às medidas excecionais e temporárias, era cerca de 14 vezes superior.

O tráfego de dados móveis cresceu nas primeiras quatro semanas do estado de emergência, tendo depois descido para valores inferiores ao da semana anterior à declaração de pandemia (semana de 2 a 8 de março). Recorde-se que os maiores prestadores ofereceram aos seus clientes 10 GB de dados móveis no início do período em que vigorou o estado de emergência.

 

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(Gráfico: ANACOM)

 

O tráfego de encomendas nacionais diminuiu cerca 20% na semana em que foi declarado o estado de emergência (16 a 22 de março). Desde essa altura tem vindo a recuperar (com excepção da semana da Páscoa que contou com menos um dia útil), crescendo em média 7% por semana.

Quanto às encomendas internacionais, depois de quedas acentuadas nas semanas posteriores à declaração do estado de emergência, que chegaram a atingir 61% no caso do fluxo de saída e 34% no caso do fluxo de entrada, estão agora acima do valor pré-COVID19.

 

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(Gráfico: ANACOM)

 

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