Data: 29-07-2020
Mês: Julho
Ano: 2020

O INE e o Banco de Portugal lançaram, no passado mês de abril, o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas – COVID-19, com o objetivo de identificar alguns dos principais efeitos da pandemia COVID-19 na atividade das empresas, baseando-se num questionário de resposta rápida. O inquérito começou por ter uma frequência semanal, tendo passado a quinzenal no mês de maio, atendendo ao grau de variabilidade observado na frequência semanal das principais variáveis recolhidas e visando não colocar uma carga excessiva sobre as empresas respondentes. Considerando a evolução das restrições à atividade económica decorrentes da pandemia COVID-19, o INE e o BdP decidiram suspender o questionário a partir do mês de agosto, podendo esta decisão ser revertida caso as condições de emergência sanitária ou económica assim o justifiquem. A recolha relativa a esta última edição decorreu na semana de 20 a 26 de julho.

Na 1.ª quinzena de julho, 99% de empresas estavam em funcionamento (+3 p.p. que na quinzena anterior e +16 p.p. que em abril). No sector do Alojamento e restauração esta percentagem foi inferior (93%, representando um aumento de 11 p.p. face à quinzena anterior).

Face à situação que seria expectável sem pandemia, 58% das empresas reportaram uma redução do volume de negócios na primeira quinzena de julho (66% na quinzena anterior e 80% em abril). No Alojamento e restauração e Transportes e armazenagem esta percentagem assume maior expressão (88% e 76%, respetivamente).

Na 1.ª quinzena de julho, entre 23% a 31% das empresas respondentes já tinham beneficiado das medidas de apoio governamentais, incluindo o layoff simplificado, avaliando-as como muito importantes para a sua situação de liquidez.

A situação de liquidez das empresas melhorou face a abril. Na 1ª quinzena de julho, 59% das empresas referiram conseguir manter-se em atividade por um período superior a seis meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez (compara com 26% em abril). Apenas 15% referiu não ter condições para se manter em atividade por mais de dois meses (47% na semana de 20 a 24 abril).

Na 1.ª quinzena de julho, 24% das empresas registaram uma redução do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar face à situação expectável sem pandemia (36% na quinzena anterior e 59% em abril). O Alojamento e restauração foi o sector onde mais empresas referiram uma redução no pessoal ao serviço na primeira quinzena de julho (58%, -6 p.p. que na quinzena anterior).

17% das empresas referiram ter reduzido o número de postos de trabalho desde o início da pandemia e 76% não registaram qualquer impacto no total de pessoas empregadas. A larga maioria de empresas (83%) planeia manter os postos de trabalho até ao final do ano, sendo que nas restantes existe um relativo equilíbrio entre as que perspetivam aumentos e reduções.

Entre as empresas que beneficiaram do layoff simplificado, 77% destas empresas teriam diminuído o número de pessoas empregadas desde o início da pandemia na ausência do recurso ao layoff, o que compara com 30% das empresas que reportaram redução efetiva do emprego nesse período. 38% das empresas pretendem recorrer ao incentivo extraordinário à normalização da atividade na sequência do termo do layoff simplificado em agosto, enquanto 30% deverão optar por manter o recurso ao layoff simplificado ou recorrer ao apoio à retoma progressiva.

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(Gráficos: INE)

 

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