Segundo o Banco de Portugal, até novembro de 2020, o saldo conjunto da balança corrente e de capital situou-se próximo do equilíbrio, tendo registado um pequeno excedente de 5 milhões de euros, o que compara com o excedente de 1783 milhões de euros em igual período de 2019.
Os excedentes observados nas balanças de serviços, rendimento secundário e de capital, até novembro, foram praticamente anulados pelos défices da balança de bens e de rendimento primário.
Até novembro, as exportações de bens e serviços decresceram 20,9% (9,9% nos bens e 39,1% nos serviços) e as importações diminuíram 16,8% (14,9% nos bens e 24,7% nos serviços). Neste período, o défice da balança de bens diminuiu 5000 milhões de euros face ao período homólogo, fixando-se em 10341 milhões de euros. Contudo, o excedente da balança de serviços reduziu-se em 8727 milhões de euros, para 7586 milhões de euros. Esta redução foi maioritariamente justificada pelo decréscimo acentuado do saldo da rubrica viagens e turismo, de 7610 milhões de euros.
Em novembro, as exportações e as importações de bens e serviços registaram decréscimos homólogos de 9,0% (decréscimos de 0,7% nos bens e de 27,6% nos serviços) e 10,5% (decréscimos de 7,8% nos bens e de 22,3% nos serviços) respetivamente. Destacou-se a redução do saldo das viagens e turismo em 366 milhões de euros, resultante de decréscimos de 55,0% nos créditos e de 47,0% nos débitos.
Entre janeiro e novembro de 2020, o défice da balança de rendimento primário reduziu-se 1946 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para 2657 milhões de euros. A diminuição do défice foi, em grande medida, justificada pela redução do pagamento de rendimentos de investimento a entidades não residentes. O excedente da balança de rendimento secundário decresceu 242 milhões de euros, devido sobretudo à evolução das transferências correntes. Por seu turno, o saldo da balança de capital cresceu 244 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior, em resultado, principalmente, de um aumento dos recebimentos de fundos comunitários.
(Gráficos: Banco de Portugal)
Até novembro de 2020, o saldo da balança financeira registou um aumento dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 641 milhões de euros. Esta subida deveu-se ao contributo positivo dos bancos portugueses, caracterizado por um aumento de ativos, através do investimento em títulos de dívida emitidos por estados-membros da União Monetária, e por uma redução de passivos, através da diminuição de depósitos de não residentes. Em sentido contrário, verificou-se um aumento de passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema e do investimento de não residentes em obrigações do tesouro portuguesas, assim como em títulos emitidos por empresas portuguesas.
(Gráfico: Banco de Portugal)
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