Data: 10-12-2021
Mês: Dezembro
Ano: 2021

No Economic Survey de Portugal divulgado hoje, a OCDE mantém as previsões do Economic Outlook de 1 de dezembro de 2021, ou seja, Portugal deverá registar uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,8% em 2021, 5,8% em 2022 e de 2,8% em 2023

Segundo a OCDE, com o envelhecimento demográfico e a consequente diminuição da população ativa, o crescimento futuro irá depender de ganhos de produtividade. Portugal deveria aproveitar o seu Plano de Recuperação e Resiliência, financiado pela UE, para acelerar a transição ecológica e digital, concentrando-se nos projetos com maior impacto económico e social. Apesar da recuperação prevista, a atividade económica em sectores fundamentais da economia, como o turismo, os transportes e a hotelaria, continua muito aquém dos níveis anteriores à crise.

Recomenda que os apoios dirigidos às famílias e às empresas sejam mantidos e adaptados à evolução da pandemia, o apoio aos jovens e aos trabalhadores pouco qualificados à procura de emprego deve ser reforçado, a fim de os ajudar a adaptarem-se às mudanças no mercado de trabalho e são ainda necessários mais apoios à capitalização das empresas viáveis.

Portugal deve também reduzir os seus desequilíbrios macroeconómicos para conferir uma base mais sólida à recuperação. A relação dívida-PIB disparou, situando-se entre as mais altas da Europa. À medida que a recuperação avança, será importante adotar um plano claro e credível para o ajuste orçamental a médio prazo. São necessárias reformas, a fim de preparar o país para uma redução da população ativa, bem como para melhorar o desempenho da administração pública. Ainda existe margem para reforçar a sustentabilidade a longo prazo do sistema de pensões. A pandemia aumentou também os riscos financeiros no sector empresarial, e os bancos portugueses enfrentam um elevado nível de empréstimos não produtivos. O Estudo recomenda o reforço dos incentivos aos bancos para reduzirem o nível de ativos de alto risco.

No futuro, será fundamental acelerar a transição digital para adaptar a economia portuguesa ao mundo pós-pandémico e promover o crescimento da produtividade, que se tem mantido abaixo da média da OCDE, praticamente durante as duas últimas décadas, segundo refere o Estudo. Para esse efeito, será necessário ajudar as empresas na adoção de novas tecnologias, dotar a população de competências digitais e melhorar o acesso a serviços de banda larga de alta qualidade.

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