Data: 08-03-2024
Mês: Março
Ano: 2024

O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento é atualmente constituído por um conjunto de dados que são recolhidos anualmente e por um sistema que conjuga módulos que recolhem informação complementar pré-definida com periodicidade regular e módulos ad hoc sobre novas necessidades de informação.

Os resultados apresentados incluem dados da componente anual, bem como da informação relativa a 2023 sobre “Transmissão intergeracional de vantagens e desvantagens sociais”, relativo à população dos 25 aos 59 anos, o que permite o desenvolvimento de uma análise da relação entre características sociodemográficas parentais e as condições de pobreza no presente. A informação recolhida tem como referência o contexto parental dos inquiridos quando estes tinham cerca 14 anos de idade.

A população com idade dos 25 aos 59 anos representava 45,8% do total da população no início de 2023 (4,8 milhões de pessoas). Destas, 14,9% estavam em risco de pobreza em 2022, valor inferior ao obtido para a população em geral (17,0%).

Os riscos de pobreza em 2022 eram de 17,3% e 17,2%, respetivamente, para aqueles em que o pai, ou a mãe, não tinha completado mais do que o atual ensino básico, pouco acima da média nacional (17,0%), mas substancialmente mais baixos para aqueles em que, aos 14 anos, um dos progenitores tinha concluído o ensino secundário, pós-secundário não universitário ou superior (6,8% quando era o pai; 8,6% quando era a mãe).

Para aqueles que residiam, aos 14 anos, num agregado cujo pai era português, o risco de pobreza em 2022 era 13,7%, que compara com 25,1% nas situações em que o pai era estrangeiro. Verifica-se um padrão semelhante em relação aos resultados para a nacionalidade da mãe: 13,8% quando portuguesa e 25,5% quando estrangeira.

73,6% da população inquirida valorizou a situação financeira do agregado em que vivia aos 14 anos como moderadamente boa, boa ou muito boa. Apesar disso, 12,2% encontrava-se em situação de pobreza em 2022, ainda que numa dimensão bastante inferior à incidência da pobreza (21,2%) observada quando a situação financeira aos 14 anos era avaliada como moderadamente má, má ou muito má.

Mais de 95% dos inquiridos tinham, aos 14 anos, as necessidades educativas e alimentares básicas satisfeitas, mas apenas 46,8% tinham possibilidade de ter uma semana de férias, por ano, fora de casa.

O risco de pobreza é maior para aqueles que, aos 14 anos, viviam apenas com um dos progenitores.

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(Gráficos: INE)

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