O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2024 sobre rendimentos do ano anterior, indica que 16,6% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2023, menos 0,4 pontos percentuais (p.p.) do que em 2022. A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2023, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto equivalente) inferiores a 7 588 euros (632 euros por mês).
A diminuição da pobreza não foi, todavia, extensível a todos os grupos etários: reduziu-se para os menores de 18 anos e para os adultos em idade ativa (respetivamente, menos 2,9 p.p. e menos 1,6 p.p.), mas aumentou para a população idosa (mais 4,0 p.p.).
O risco de pobreza diminuiu quer para a população empregada, de 10,0% em 2022 para 9,2% em 2023, quer para a população desempregada, de 46,7% em 2022 para 44,3% em 2023.
As transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social, contribuíram para a redução do risco de pobreza em 4,8 p.p. (de 21,4% para 16,6%), um contributo superior ao do ano anterior (4,2 p.p.).
Em 2024 (rendimentos de 2023), 2 096 milhares de pessoas encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social (pessoas em risco de pobreza ou a viver em agregados com intensidade laboral per capita muito reduzida ou em situação de privação material e social severa). Consequentemente, a taxa de pobreza ou exclusão social foi de 19,7%, menos 0,4 p.p. do que no ano anterior.
A desigualdade diminuiu em 2023: o Coeficiente de Gini registou um valor de 31,9%, menos 1,8 p.p. do que em 2022 (33,7%), e o rácio S80/S20, que compara a soma do rendimento monetário líquido equivalente dos 20% da população com maiores recursos com a soma do rendimento monetário líquido equivalente dos 20% da população com menores recursos, diminuiu, de 5,6 em 2022 para 5,2 em 2023.
(Gráficos: INE)
Download PDF