No 4º trimestre de 2024, a rendibilidade das empresas ― medida pelo rácio entre os resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos (EBITDA) e o total do ativo ― foi de 9,4% (valor igual ao do 3º trimestre de 2024 e ligeiramente inferior aos 9,5% registados no período homólogo). Nos últimos cinco trimestres, verificou-se uma estabilidade da rendibilidade do ativo para o total das empresas.
A rendibilidade do ativo das empresas privadas diminuiu 0,1 pp (pontos percentuais) relativamente ao período homólogo, para 9,5%. Os sectores das sedes sociais e indústrias foram aqueles em que a rendibilidade do ativo mais se reduziu (-1,5 pp e -1,1 pp, respetivamente). Nas sedes sociais, a redução foi justificada pela incorporação de menores resultados das subsidiárias. No caso das indústrias, acresceu o efeito da diminuição do EBITDA decorrente do aumento dos gastos com pessoal.
Nas empresas dos sectores dos transportes e armazenagem e da construção, a evolução foi diferente: a rendibilidade aumentou em relação ao trimestre homólogo (+1,3 pp e +0,9 pp, respetivamente). Para o crescimento registado nos transportes e armazenagem contribuiu o aumento do EBITDA em atividades de tráfego aeroportuário. Na construção, a subida refletiu a melhoria generalizada do EBITDA do sector.
A rendibilidade das empresas públicas foi de 7,3% (+0,5 pp do que no período homólogo).
A autonomia financeira das empresas, medida pelo peso do capital próprio no total do ativo, manteve a tendência de aumento pelo nono trimestre consecutivo, fixando-se em 45,6% no 4º trimestre de 2024 (44,1% no período homólogo).
No final do 4º trimestre de 2024, a autonomia financeira das empresas privadas era de 45,8%. Em comparação com o período homólogo, este indicador aumentou em todos os sectores, com exceção das sedes sociais. A subida foi mais acentuada no sector do comércio (+2,1 pp). O aumento da autonomia financeira reflete a retenção de resultados das empresas e foi transversal a todos os sectores de atividade. Por classe de dimensão, o crescimento foi mais acentuado nas pequenas e médias empresas (PME). A autonomia financeira das PME aumentou 1,9 pp relativamente ao trimestre homólogo, para 46,0%. Nas grandes empresas, o acréscimo foi de 1,3 pp, para 41,4%.
A autonomia financeira das empresas públicas cresceu de 36,9%, no final do quarto trimestre de 2023, para 37,2% no final do quarto trimestre de 2024.
Para o total das empresas, o peso dos financiamentos obtidos no total do ativo diminuiu de 27,6% para 26,6%. Esta descida reflete a redução continuada dos empréstimos contraídos junto do sector financeiro e junto de empresas do grupo. O decréscimo foi transversal a todas as classes de dimensão e a todos os sectores, com exceção das sedes sociais e das empresas públicas. Em ambas se observou um aumento do financiamento por títulos de dívida.
Após nove trimestres consecutivos a aumentar, o custo dos financiamentos obtidos reduziu-se, fixando-se em 4,8%. Esta redução refletiu a tendência de descida das taxas de juro, que se iniciou em meados de 2024. Apesar da redução verificada neste trimestre, o custo dos financiamentos obtidos era ainda 0,3 pp superior ao registado no período homólogo, situação que foi transversal a todos os sectores de atividade, com exceção da construção.
A cobertura dos gastos de financiamento das empresas (medida de pressão financeira que quantifica o número de vezes que o EBITDA gerado pelas empresas é superior aos seus gastos de financiamento) reduziu-se, em termos homólogos, de 7,4 para 7,1. Para esta redução contribuíram as indústrias e as sedes sociais. Pelo contrário, no sector da construção, a cobertura dos gastos de financiamento aumentou.
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