Data: 23-05-2017
Mês: Maio
Ano: 2017
A Ernst & Young (EY) divulgou hoje, o EY Portugal Attractiveness Survey 2017. Este estudo analisou a confiança de 203 investidores estrangeiros relativamente à competitividade e atractividade da economia portuguesa.
 
A EY registou, em 2016, um total de 59 novos projectos de investimento directo estrangeiro em Portugal, o que representou um aumento face aos 47 projetos do ano anterior e o maior valor registado desde o início da monitorização, em 1997. No entanto que, devido à dimensão/natureza dos mesmos, o número dos postos de trabalho criados, em comparação com 2015, diminuiu de 3,5 mil para 2,5 mil.
 
A Alemanha liderou em número de projectos de investimento com 14, que criaram 265 postos de trabalho, seguida de Espanha com 10 projetos. França liderou na criação de postos de trabalho com 900 e foi o quarto em número de projetos com 8, seguida pelos EUA com 754 postos de trabalho e 9 projetos.
 
O estudo revela que 62% dos investidores acreditam que Portugal se poderá tornar ainda mais atractivo nos próximos 3 anos, o que se traduz num aumento significativo relativamente aos 47% registados no ano passado. Portugal fica assim acima da generalidade dos países europeus, fixando-se a média europeia em 35%.
 
Por outro lado, 32% dos investidores demonstraram interesse em investir no país durante o próximo ano, o maior valor registado desde 2008 e que espelha também a percepção positiva relativamente a Portugal. Novamente, o país destaca-se dos restantes países europeu, sendo a média de intenções de investimento ao nível dos países europeus de 28%.

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                                                                      (Gráfico: EY)

O estudo revela, no entanto, uma dualidade na percepção que existe sobre o país entre os investidores estabelecidos (que demonstram uma visão muito mais positiva dos factores competitivos de Portugal) e os não estabelecidos, bem como quanto à competitividade regional entre a região de Lisboa e a região Norte (Porto) relativamente ao resto das regiões, sendo as primeiras percepcionadas como o motor da competitividade do país.

A região de Lisboa é vista como a mais atractiva de Portugal com 53%, enquanto o Norte (Porto) apresenta 28%. No entanto, o Porto aparece como o destino com maior número de novos investimentos e criação de postos de trabalho, com 36% dos projetos e 61% dos postos de trabalho.

A Investigação e Desenvolvimento e a Logística são os sectores que apresentam maior número de intenções de investimento. A manufactura, o marketing e as vendas mantêm a maior representatividade.

A estabilidade social característica de Portugal é, para 77% dos inquiridos, o principal factor de atratividade do país. O potencial de aumento da produtividade e os custos laborais são os dois factores fundamentais para a avaliação positiva da estabilidade económica portuguesa, com, respectivamente, 76% e 75%.

Relativamente às oportunidades de melhoria, são destacados três factores fundamentais: a carga fiscal das empresas e a estabilidade e transparência do ambiente político, jurídico e regulamentar, ambas com 42%, e a flexibilidade da legislação laboral, com 40%.

Relativamente ao cariz inovador do nosso mercado empresarial, os inquiridos mostram-se céticos, sendo que 47% considera o ecossistema de start-ups semelhante ao existente nos restantes países europeus e apenas 28% classifica Portugal como uma fonte de inovação competitiva. O suporte à inovação e às indústrias de alta tecnologia é, aliás, o principal factor que o estudo considera como área de intervenção fulcral (41%), além da redução de impostos (37%) e do apoio às PMEs (34%).

 

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